segunda-feira, 30 de junho de 2008

VERDADE

A porta da verdade estava aberta,
mas só deixava passar meia pessoa de cada vez.
Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava só trazia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.
Arrebentaram a porta.
Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela.
E carecia optar.
Cada um optou conforme seu capricho, sua ilusão, sua miopia.
Carlos Drummond de Andrade
http://www.orkut.com.br/ViewFeed.aspx?feedurl=http%3A%2F%2Fbmlcidadegirassol.blogspot.com%2Ffeeds%2Fposts%2Fdefault&pageno=3&ctoken=CLTNuun4lI4C&uid=12134049651510571542

Sou um guardador de rebanhos

Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
e os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
e com as mãos e os pés e com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
e comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor me sinto triste de gozá-lo tanto.
E me deito ao comprido na erva,
e fecho os olhos quentes,
sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
sei a verdade e sou feliz.
Alberto Caeiro
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Já pensou em pedir um tempo?

Por: Erlan Santos
Enquanto eu parei, sem nem pedir o tal tempo o mundo dava tantas voltas que se eu acompanhasse ficaria na primeira esquina de Marte e pediria água na Lua. As contas atrasadas corriam juros e juros, mas não jurei em pagá-las.Eu fiquei aqui parado e as correntezas do mar despejaram elegância, pararam somente à meia noite, dizem.Pois bem, estou querendo catequizar sim, sem essa de neutro, poxa! Mas quero te respeitar por discordar de mim, que bom; discorde, ande, condorde, ame-a, ame-o, ame-se sempre! Enquanto eu parei aqui, apenas os dias passaram? Não! Mas a vida não passou sem mim, mesmo parado...deixa a vida me levar...Se o tempo não pára, corramos sempre! Mas se precisar sentar na calçada, tudo bem. Mesmo parado estarás em movimento. http://www.orkut.com.br/CommMsgs.aspx?cmm=53009133&tid=5210732079734967345

A AMPULHETA

Um dos diversos instrumentos que o homem concebeu para medir o tempo foi a ampulheta. Também conhecido por relógio de areia, a sua invenção é atribuída a um monge de Chartres, de nome Luitprand que viveu no século VIII. No entanto as primeiras referências deste tipo de objeto aparecem apenas no século XIV. È formada por dois cones ocos de vidro, unidos pelo gargalo, de modo a deixar passar a areia de um para outro num determinado intervalo de tempo, através de um orifício. Para proteger o conjunto era usada uma armação de madeira ou latão. Mais tarde as ampulhetas foram feitas de uma só peça de vidro com um orifício para passagem da areia.

Paradoxo

Um paradoxo é uma declaração aparentemente verdadeira que leva a uma contradição lógica, ou a uma situação que contradiz a intuição comum. Em termos simples, um paradoxo é "o oposto do que alguém pensa ser a verdade". A identificação de um paradoxo baseado em conceitos aparentemente simples e racionais tem, por vezes, auxiliado significativamente o progresso da ciência, filosofia e matemática.

domingo, 29 de junho de 2008

Se Deus às lágrimas/recolhece

Por certo não faz um lago, nem cachoeira

Se fossem as lágrimas/recolhidas por Deus,

um elixir de santo óleo seria feito

Nesta noite,

não houve lacrimejar,

apenas imagens lacrimais.

Erlan Santos, Cidade Sol, às 5h15min

Inter Drummon ou Drummoniando

Na vida de minhas retinas tão fatigadas
de ver o poer-do-astro-rei
e nunca vê-lo amanhecer.
Do outro lado é possível.
Do lado que você pensou...
Pense no lado de lá...
Viva de cá aquele outro lado

Ladeando-se ladeira latente,
lamentando-se lâmina,
cortante, cuidado!

Tão fatigadas
A vida é olhar o viver,
A vida é mais vida que ouvir
Senti-la em si é vivê-la, dentro e fora de si

Na vida
Biosfera, florestas,
Biodiversidade, aquários, peixes - leberdade!

Minhas retinas
Proteção da luz, proteção da poeira
cósmica, inerente, valente.
Meu caminho, minha visão.

É assim,
na vida de minhas retinas tão fatigadas

Erlan Santos, Cidade Sol, 17/11/2004, às 21h41min

Jequié, 15/11/2004

Minh'Alma,
Às vezes deito nos braços das lembranças, durmo na cama das recordações e acordo envolvido pela tristeza.
Tua presença ausente é subjetivamente objetiva, mensurável até, constante e perene. Alegremente aquela tza não tem força militar, nem jurídica para me levar ao tribunal da depressão.
Levanto para a lida, para a notificação do que senti. Registro de quase meia vida, em cinco minutos.Minha vida, minha vida, meia vida; mea vida.
Quando decidires ao meu favor, terei toda a vida. Tua alma na minha...

Sem Persona

Blog é uma paixão de quase um ano. O primeiro, o saudoso BML.CidadeGira(s)Sol foi subtraido sem eu saber o porquê. Certamente, foi uma falha técnica deste "técnico" rsrs. Tudo bem!
Pra se fazer um blog é necessário vontade de aprender e certas paixões. Bom, pela Cor que prevalece neste ambiente é possível saber a causa.

Um pouco de mim...

II
O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar...08/03/1914Autor: Fernando Pessoa (Alberto Caeiro)Fonte: Obra Poética e em ProsaEd. António Quadros. Porto, Lello & Irmão, 1986
Fonte: http://www.ateus.net/artigos/miscelanea/o_guardador_de_rebanhos.php
Obrigado!

Sem Persona (baseado em inspiração póstuma)

Não sou dono da linha, mas não dou ponto sem nó. Também não sou meticuloso, situações ocorrem sem minha previsão (tranqüilo, de boa!) Este texto é pra Ella que não quis ser minha namorada. Tudo bem! Aliás, não tão bem assim. Como posso gostar de alguém que não gosta de mim e digo:"Tudo bem!"?. Melhor, suportável! Agora, está certo. Suporto e não deixei de gostar...
Se um dia Ella passar por aqui, o que acho difícil, embora deseje, fica aquele registro musicado e este em prosa.

Inspiração póstuma

Andança
Beth Carvalho
Composição: Edmundo Souto, Danilo Caymmi e Paulinho Tapajós

Vim, tanta areia andei
Da lua cheia eu sei
Uma saudade imensa...
Vagando em verso eu vim
Vestido de cetimNa mão direita, rosas
Vou levar...
Olha a lua mansa...(me leva amor)
Se derramar
Ao luar descansa
Meu caminhar..(amor)
Meu olhar em festa...(me leva amor)
Se fez feliz
Lembrando a seresta
Que um dia eu fiz(por onde for quero ser seu par)
Já me fiz a guerra...(me leva amor)
Por não saber
Que esta terra encerra
Meu bem-querer...(amor)
E jamais termina
Meu caminhar ...(me leva amor)
Só o amor me ensina
Onde vou chegar(por onde for quero ser seu par)
Rodei de roda, andei
Dança da moda, eu sei
Cansei de ser sozinho...
Verso encantado, usei
Meu namorado é rei
Nas lendas do caminho
Onde andei..
No passo da estrada...(me leva amor)
Só faço andar
Tenho a minha amadaA me acompanhar..(amor)
Vim de longe léguas
Cantando eu vim...(me leva amor)
Vou não faço tréguas
Sou mesmo assim(por onde for quero ser seu par)
Já me fiz a guerra...(me leva amor)
Por não saber
Que esta terra encerra...(amor)
Meu bem-querer
E jamais termina
Meu caminhar...(me leva amor)
Só o amor me ensina
Onde vou chegar(por onde for quero ser par)Lá lá lá lá lá láLá la lá lá lá lá....

http://letras.terra.com.br/beth-carvalho/44505/

Por que Sem Persona?

Persona era o nome da máscara que os atores do teatro grego usavam. Sua função era tanto dar ao ator a aparência que o papel exigia, quanto amplificar sua voz, permitindo que fosse bem ouvida pelos espectadores. A palavra é derivada do verbo personare, ou "soar através de".
Por extensão, designa um papel social, ou um papel interpretado por um ator.
Neste mesmo sentido, na Psicologia Analítica (Jung), é dado o nome de persona à função psíquica relacional voltada ao mundo externo, na busca de adaptação social. Nesta acepção, opõe-se à sizígia (animus/anima), responsável pela adaptação ao mundo interno. No processo de individuação, a primeira etapa é, justamente, a elaboração da persona desenvolvida, em termos de sua relatividade frente à personalidade como um todo. Nos sonhos, costuma aparecer sob várias imagens/formas.